O que você tinha na sua agenda para o verão passado?
Alguns dias de descanso na praia?
Alguns dias de trabalho extra?
Doar um órgão?
Está surpreso com o último item? Pois é. No verão passado eu doei um rim para minha irmã Rose. Ela estava sofrendo de diabetes desde criança e a doença estava destruindo o seu corpo. Ela já tinha perdido a visão do olho direito e na metade de 2000 ela começava a sofrer de falha renal. Por isso, os médicos pediram que membros da família fossem testados como possíveis doadores.
Inicialmente, depois da primeira bateria de testes, eu fui rejeitado. Mas depois foi demonstrado que pequenas infecções (como a de uma unha encravada) podem afetar os testes. Fiz os testes novamente e, desta vez, fui considerado o doador ideal. Assim sendo, nos meses que se seguiram, eu passei por muitos exames de sangue, função renal, exames físicos e entrevistas com uma assistente social. Eu fui aprovado!
Sendo eu professor da Universidade Campbell, tivemos que trabalhar de acordo com o calendário de feriados escolares. Originalmente, o transplante havia sido marcado para o Natal de 2000, mas os exames pré-transplante de Rose revelaram a necessidade dela fazer uma cirurgia cardíaca para a colocação de três pontes de safena antes. (Como pode uma mulher tão jovem sofrer tanto?) Portanto, o transplante teve que ser transferido para o começo de junho. O tempo todo, meus amigos me questionavam: “Você está certo de que este é o tempo certo prá você fazer isto? E se o corpo dela rejeitar seu rim? Você não vai se sentir culpado? Será que vale à pena este seu esforço, já que ela é tão doente?”
Finalmente, eu conclui que eu queria fazer a doação – 100% Eu também queria que houvesse uma outra maneira. Mas as estatísticas demonstram que um rim tirado de um doador vivo dura 20 anos em média, duas vezes mais do que o removido de um cadáver. Então, no dia 6 de junho de 2001, o cirurgião tirou um dos meus rins e implantou em minha irmã. Certamente não houve um dia de praia prá mim depois disto, o procedimento me deixou com um desconforto grande por algum tempo e os primeiros dias após a operação foram realmente um desafio. Mas, por mais cliché que isto pareça, eu sabia que meus amigos estavam orando por mim, pois minha recuperação foi bem rápida.
Agora, grato a Deus e pensando em tudo o que aconteceu, eu tenho examinado meus motivos. Por que eu doei meu rim? Para ajudar minha irmã, é claro. Mas sabendo que outros que passaram pela mesma experiência que eu, se negaram a doar e não perderam o respeito da família, por que eu fui adiante no processo? Quando Deus nos dá algo a mais não é para que guardemos só para nós, é para podermos compartilhar. A maioria das pessoas pode ter uma vida normal com um só rim. Na verdade, nossos rins trabalham usando somente de 10 a 40 % de sua capacidade total. Então, de certa forma, Deus nos deu um segundo rim para podermos compartilhar.
De uma outra maneira, doar um rim é como doar dinheiro. Deus quer que consideremos o quanto a liberalidade pode nos ajudar. MInha generosidade precisa crescer – seja em termos de contribuição financeira ou de um órgão. Não posso dar menos do que generosamente, pois eu estaria me esquecendo daquele que me deu tudo. Eu não criei este corpo – Deus o fez.
Eu tenho a alegria de dizer-lhe que tanto eu, quanto minha irmã estamos muito bem. Nossos testes mostram que os rins estão funcionando muito bem. Minha decisão foi de encontro as nossas expectativas e esperanças.
O propósito deste artigo não é o de convencê-lo a ser um doador de órgãos. Já há campanhas suficientes sobre isto, mas de fazê-lo pensar sobre a generosidade. Deus nos tem dado tanto! As maiores bênçãos vem quando compartilhamos e não quando “guardamos” pra nós mesmos. Seja mais liberal nas suas contribuições, sejam de dinheiro, tempo ou esforços. Podemos tornar o mundo melhor se der mais de nós mesmos.
Nota: Cinco semanas após a dupla operação, John contou que Rose havia voltado ao trabalho e que já estava jogando golf sem nehuma dor.
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