O Preconceito racial é um traço intrínseco, milenar, não só da sociedade brasileira, mas fruto de um desvio cultural da humanidade. No Brasil, ocorre desde os tempos coloniais, passando pela escravatura, “libertação” e chegando aos dias atuais. A sociedade ainda tem um longo caminho a percorrer nas raízes das relações sociais. Quando o preconceito se exterioriza vem à tona a discriminação. O enfrentamento a este desvio está em pauta nesta semana. Dia 20 de novembro é o dia da Consciência Negra, mas a discussão não se esgota, e sim, se renova a cada passo adiante. A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de “Zumbi dos Palmares”, em 1695. Sendo assim, o Dia da Consciência Negra procura remeter à resistência do negro contra a escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte de africanos para o solo brasileiro (1549). Discussões, portarias e leis vêm sendo elaboradas e aplicadas a cada dia com maior rigor, como a lei n° 7.716/89 que trata dos crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. São avanços em direção ao Multiculturalismo, Direitos Humanos e Consciência Humana.
A Polícia Militar do Distrito Federal homenageia o dia da Consciência Negra com o coronel Marcos de Araújo, comandante da Academia de Polícia Militar, professor da cadeira de relações étnico raciais do Curso de Bacharel em Ciências Policias e Tecnólogo em Segurança Pública, ambos do Instituto Superior de Ciências Policiais – ISCP. Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais e autor do livro “Mobilidade Social, Multiculturalismo ou Discriminação na Polícia Militar”. Simpático e intelectualmente distinto, o coronel “De Araújo” construiu-se com muita dedicação e estudo, percebe-se seu “suor derramado” em meio a tantos diplomas, certificados e honrarias pendurados por toda extensa parede de seu gabinete. A Polícia Militar agradece o serviço prestado por esse honroso e estudioso policial à corporação.
O coronel afirma que existe um protocolo para o enfrentamento do crime de racismo da PMDF, “esse protocolo visa o enfrentamento ao crime de racismo e injúria racial e ele trabalha em cima de três pilares: o policial militar como testemunha da discriminação, como vítima da discriminação e quando ele for o autor da discriminação”, afirma ele. Esse protocolo é um norte para várias questões.
O coronel De Araújo acrescenta que o trabalho em direção à conscientização continua e que nos próximos dias 24 e 25 de novembro serão realizados, na APMB, seminários acadêmicos para os alunos das graduações de Ciências Policiais e Tecnólogo em Segurança Pública. Os temas abordados, que serão ministrados por renomados professores, tratarão de assuntos como “a história, a mortalidade da juventude negra, o negro nas artes e a mobilidade na PMDF. Contará também com mostras de filmes, dança e capoeira, além de interessante mesa redonda para debates com os palestrantes” garante o coronel, estes temas colaboram para a reflexão coletiva das questões multiculturais que estão ligadas estruturalmente em todas as camadas sociais e ensejam os Direitos Humanos e a consciência do cidadão. Isso demonstra que a Instituição cuida da capacitação cultural e educacional de seus policias militares para cumprir o seu dever final que é o bem estar social.
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