No chão. Ou, com azar, em alguém

Nos filmes de bang bang é comum assistirmos o cowboy sacar os revólveres (geralmente dois) e atirar Cercado pela plebe rude, o policial saca a arma, dá um, dois tiros pra cima, todos se afastam. A cena é comum em filmes, onde,  só o que sai das armas é barulho. Mas e na vida real, quando uma bala de verdade é disparada para cima, onde ela pára?

“Um tiro que cai do céu pode matar”, diz a perita criminal Eliane Baruch, que já viu alguns casos em seus 14 anos de profissão. “Calculando o trajeto que o projétil percorreu no corpo de uma vítima, analisando sua posição na hora do impacto,  descobrimos que a morte veio de cima”, explica.

Muitos fatores podem influenciar (tipo de cano, de bala, condições atmosféricas), mas, para efeitos didáticos, um hipotético tiro de um hipotético três-oitão a 90º alcançaria 742 metros de altura, quando começaria a despencar em queda livre, atingindo a velocidade máxima de 278 km/h. É muita coisa: a 180 km/h, a bala já é capaz de perfurar o corpo humano. 

  – A bala sobe à velocidade de 820 km/h 

 – Chega a 742 metros de altura

 – Na queda, a bala de 38 atinge 278 km/h

 – 180 km/h bastam para a bala perfurar o nosso corpo

 – 10 gramas é quanto pesa uma bala do calibre 38

 – 25 segundos é o tempo que tudo isso dura

A gravidade, então, passa a puxar o projétil para a terra, acelerando-o novamente. De acordo com o engenheiro mecânico Cássio Cardosi, da Academia de Polícia Civil de São Paulo, o que antes era uma força contrária ao movimento, funcionando como freio, passa a ser uma força aceleradora. 

Fontes: Eliane Baruch, perita criminal da Polícia Científica de São Paulo; Romero Tavares, professor de física da Universidade Federal da Paraíba; Sérgio Morelhão, professor de física da Universidade de São Paulo.