Neste mês, finalmente chegamos ao término da batalha travada contra o bom senso. De um lado a Polícia Militar do Distrito Federal e cerca de 1300 candidatos aprovados em concurso público e de outro alguns órgãos do DF, cujas certas “autoridades” se camuflaram e usaram seus cargos para remar na contramão da coerência, do progresso e do bom senso.
Finalmente cerca de 600 alunos puderam ter sua aula inaugural, encerrando uma luta que se desenrolou por mais de 3 anos.
Em artigo intitulado “Síndrome de Gabriela II” publicado na Revista Polícia em Foco e na Página da Associação dos Oficiais da PMDF, abordei o assunto. Naquela ocasião enfatizei que não havia outro caminho para melhoria que não passasse pela educação. O salto quântico de qualidade que a Polícia tem dado, com a incorporação de soldados com nível superior, incomoda alguns. Por que será? Melhoria perpassa por exigências para resistir às tensões da sociedade moderna.
Hoje assisti, sensibilizado, esses 600 novos policiais entrarem no Pátio da Academia de Polícia Militar de Brasília – APMB, marchando e cantando a canção do Policial Militar. O público presente entre familiares, amigos, policiais militares, bombeiros dentre outros, tiveram seus rostos molhados, muitos novos policiais também. Até mesmo os mais acostumados com os percalços da vida castrense não prescidiram das emoções. Não, não terminou a seca que nos assola por mais de 130 dias, mas foram lágrimas denotativas de emoção a responsável pelo fim da secura que, por obra de alguns, tentou matar a esperança de todos ali presentes. Os insensatos, que lutaram contra, não conseguiram vencer a lógica, o bom senso e a ordem natural das coisas. Suas tentativas de evitar que nossos policiais tivessem curso superior somente abrilhantaram a solenidade. Na letra da canção há uma parte que diz “ser policial é, sobretudo uma razão de ser, é enfrentar a morte. Mostrar-se forte pro que acontecer…” e aconteceu…
Parabéns aos novos soldados, à PMDF, à sociedade do Distrito Federal. Não necessitaremos mais de conviver com a “síndrome de Gabriela” por mais tempo, pois à população do DF já decidiu que polícia ela prefere.Marcos de Araújo é Mestre em Ciência Política; Pós-graduado em direito, especialista em segurança pública, direitos humanos e política Criminal pela Faculdade Farias Brito – FFB-CE e pela Escola de Gestão Pública do DF; especialista em gestão estratégica em segurança pública pela Academia de Polícia Militar de Brasília – APMB. Professor de Direito, escritor e Tenente Coronel da PMDF.
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